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UFSC e Tamar unidas pela preservação das tartarugas

Da união de duas potências quem sai ganhando é o meio ambiente – e, mais especificamente, as tartarugas marinhas. Desde 2005, a Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame (Emeb) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Fundação Projeto Tamar atuam juntas na Barra da Lagoa, no Leste da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, onde está instalada a unidade do projeto para o Sul do país, região que é um importante local de alimentação de tartarugas marinhas, principalmente nas fases juvenis.

No local funciona o Centro de Visitantes do Projeto Tamar Florianópolis – ou Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, como é cadastrado no Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O espaço possui uma parte aberta ao público, com um plantel fixo de tartarugas, e outra parte onde funciona o Centro de Reabilitação que recebe tartarugas marinhas encontradas encalhadas ou debilitadas em todo o Litoral de Santa Catarina – desde 2005, ano da instalação da unidade, até o primeiro trimestre de 2024, mais de mil tartarugas vivas foram recebidas no Centro de Reabilitação.

E é neste sistema de cooperação em benefício do meio ambiente que também entra a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). “A Fapeu é um importante elo na gestão financeira deste projeto, possibilitando o uso de recursos emergenciais para restabelecimento do sistema de bombeamento quando há ocorrência de ciclones e fatores climáticos adversos que danificam todo o sistema de captação de água do mar. Com o apoio da Fapeu também é possível manter mão de obra especializada para manutenção diária do sistema de captação de água oceânica”, destaca o coordenador do projeto de parceria e professor da UFSC, Walter Quadros Seiffert.

 

Água de qualidade

 

A manutenção da estação de bombeamento de água salgada do mar para uso comum entre a Estação de Maricultura e o Tamar é o elo fundamental na integração entre os dois projetos. A Fundação Projeto Tamar ajuda financeiramente a custear parte da manutenção dos equipamentos de captação da água salgada, e uso da água compartilhada aglutina as ações de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas pelas duas instituições.

“O fornecimento diário de água marinha de qualidade abastece os tanques das tartarugas marinhas que fazem parte do plantel do Museu Aberto das Tartarugas Marinhas, além das tartarugas em tratamento no Centro de Reabilitação, bem como permite o desenvolvimento das atividades realizadas pela Fundação Projeto Tamar no local”, destaca a coordenadora do Tamar, Juçara Wanderlinde.

Para manutenção dos animais que compõem o plantel do Museu são utilizados aproximadamente 135 mil litros de água salgada, divididos em três tanques com exemplares de tartarugas marinhas, e 5 mil litros em um tanque com exemplares de peixes da região. “Nos tanques com exemplares de tartarugas é realizada a troca total da água, quando necessária, para limpeza e manutenção. No tanque menor, a troca é parcial e realizada quinzenalmente”, explica o professor Walter. Já para os animais em tratamento no Centro de Reabilitação são utilizados tanques menores, sendo que o tamanho e a quantidade variam de acordo com as demandas de atendimentos. “A troca da água é diária e a permanência do indivíduo depende da sua recuperação, até que seja realizado o retorno ao mar”, detalha Juçara. Para suprir o abastecimento em casos de emergência há ainda um reservatório de água salgada de 60 mil litros.

 

Visibilidade e pesquisas

 

Construída em uma área de 15 mil metros quadrados, a Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame conta com mais de três décadas de história e agrega laboratórios que atuam em projetos e pesquisas relacionadas ao desenvolvimento do cultivo de camarões, peixes marinhos nativos, moluscos, algas marinhas e cultivos multitróficos.

Já a Fundação Projeto Tamar atua no Litoral brasileiro desde a década de 1980 com a missão de promover a recuperação das tartarugas marinhas por meio de ações de pesquisa, conservação e inclusão social. Na unidade instalada em 2005 em Florianópolis são desenvolvidas ações de pesquisa, manejo e proteção das tartarugas marinhas, além de atividades de envolvimento comunitário, inclusão social, sensibilização e educação ambiental, valorização cultural e geração de oportunidades de trabalho e renda e de recursos próprios (autossustentabilidade). “A participação e o apoio da comunidade e dos pescadores da Barra da Lagoa no monitoramento das espécies de tartarugas marinhas é fundamental para o sucesso das atividades de conservação”, observa Juçara.

Para a Estação de Maricultura, a cooperação com o Tamar faz com que a divulgação da Emeb dentro do Centro de Visitação dê visibilidade à comunidade sobre os trabalhos desenvolvidos nos campos da produção sustentável da maricultura catarinense e brasileira. “Além disso, durante estes anos de parceria foram realizadas inúmeras visitas técnicas de acadêmicos dos cursos de Engenharia de Aquicultura ao Centro de Visitantes da Fundação Projeto Tamar, fortalecendo os campos de conhecimento de construções, hidráulica e cultivo”, ressalta o professor Walter Seiffert. “Também são realizadas exposições sobre o trabalho desenvolvido na EMEB dentro da estrutura do Tamar durante as visitações de final de semana”, acrescenta.

PROJETO: TAMAR AQUICULTURA UFSC / COORDENADOR: WALTER QUADROS SEIFFERT / walter.seiffert@ufsc.brUFSC / Departamento de Aquicultura / CCA / 6 participantes

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