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Curso ensina a sociedade a entender astros e estrelas

Tudo começou com a última passagem do cometa Halley pelo Brasil, em 1986. Sim, foi com o objetivo de acompanhar a passagem do fenômeno pelos céus que em 2 de dezembro de 1985 surgiu o Grupo de Estudos de Astronomia (GEA). Desde então – com exceção do período da recente pandemia de coronavírus –, nunca mais parou de divulgar a ciência astronômica na comunidade.

Já são 70 cursos para mais de 2,4 mil alunos. Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), dois cursos foram realizados em 2024. “A Fapeu é muito importante em todo o processo, pois é a gestora financeira do projeto e também facilita as inscrições criando os links para o pagamento”, destaca a professora Michele Monguilhott, coordenadora do projeto.

O projeto é desenvolvido pelo Grupo de Estudos de Astronomia em parceria com o Planetário da UFSC, onde cursos e palestras são realizados. O GEA é uma associação de astrônomos amadores, sem fins lucrativos, declarada de Utilidade Pública por leis estadual e municipal. Com sede no Planetário, entre suas atribuições estão a promoção de palestras semanais de astronomia e ciências afins, a realização de cursos semestrais de astronomia e o acompanhamento de datas astronômicas, em espaços públicos, com a disponibilização de telescópios e outros equipamentos para observação. “O Grupo de Estudos foi criado em 1985 e logo foi percebido o espaço para oferecer tais cursos, pela procura das pessoas no Planetário e nas palestras oferecidas sempre às sextas-feiras com o interesse crescente entre os habituais frequentadores”, conta a professora Michele.

 

Divulgação científica

 

Se no primeiro momento, o projeto foi criado com vistas, literalmente, à observação do Halley, que mobilizou o planeta nos anos de 1985 e 1986, hoje, quase quatro décadas depois, a iniciativa, já consolidada no calendário acadêmico e comunitário, é um instrumento para divulgação científica da ciência astronômica, que leva aos participantes um conhecimento básico sobre o assunto. “Sem deixar o rigor científico de lado, o projeto se fez valer pelo ensino de forma compreensível para os frequentadores. O projeto sempre visou atender não só a comunidade acadêmica como também o público interessado em geral”, ressalta a atual coordenadora do projeto. Antes da professora Michele, também passaram pela coordenação do curso nomes como o do professor Everton da Silva e de Tânia Maris Pires Silva, Edna Maria Esteves da Silva e Max Bilck.

A iniciativa é voltada à comunidade em geral, preferencialmente a quem tenha, no mínimo, o Ensino Fundamental. A primeira turma foi aberta em 1987, um ano após a passagem do cometa. “Desde a primeira edição, vimos atualizando e remodelando o curso para mantê-lo em acordo com a dinâmica dos progressos científicos inúmeros e constantes na ciência astronômica”, observa a professora Michele.

 

Perguntas campeãs

 

Com o tempo – com exceção do período da pandemia –, passaram a ser oferecidos dois cursos por ano, um por semestre. “Os resultados têm sido, via de regra, os melhores possíveis com os frequentadores se mostrando encantados e entusiasmados em aprender um pouco deste conhecimento cósmico. Avançamos ao longo do tempo em equipamentos de observação oferecidos ao público durante os cursos, em recursos didáticos, em especial a informatização tecnológica dos conteúdos e aulas”, acrescenta a coordenadora. As principais dúvidas dos alunos são sobre a teoria do Big Bang, os buracos negros e a formação de estrelas e seus planetas. “Esses são os temas campeões de perguntas”, conta a professora. Alunos com participação em 75% das aulas ganham certificado.

No primeiro semestre de 2024 ocorreu o curso “Introdução à Astronomia: Leitura do Céu e Sistema Solar/2024”. No segundo semestre, o tema foi “Introdução à Astronomia “Estrelas Galáxias e Cosmologia/2023″. Com cargas horárias de 20 horas/aula, os cursos ocorrem das 19h30min às 21h30min, de segundas a sextas-feiras, ao longo de duas semanas, no Planetário da UFSC, no Campus da Trindade, em Florianópolis. As inscrições custaram R$ 70 para estudantes e R$ 110 para a comunidade em geral. Como se vê, o rastro do cometa espalha conhecimentos até hoje. Aproveite! Porque o próximo Halley só em 2061.

 

PROJETO: Curso de Astronomia / COORDENADORA: Michele Monguilhott / michele.monguilhott@ufsc.br / UFSC / Departamento de Geociências / CFH / 15 professores / https://planetario.ufsc.br/gea/

 

* Esta reportagem faz parte da edição 15 da Revista da Fapeu, que está disponível na integra em https://tinyurl.com/RevistaDaFapeu

 

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