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UFFS zela pela história acadêmica da Faceopar

Um projeto em desenvolvimento na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) vai tornar a instituição uma guardiã da história acadêmica da Faculdade Centro Oeste do Paraná (Faceopar), instituição descredenciada em 2018 pelo Ministério da Educação (MEC) para seguir com as atividades no ensino superior.

Iniciado em dezembro de 2023 e desenvolvido no campus de Chapecó (SC), o projeto conta com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), que faz a gestão dos recursos descentralizados pelo MEC para a realização do trabalho. “A participação da Fapeu no projeto decorre da necessidade de auxílio na gestão administrativa e financeira. Deste modo, toda a movimentação de recursos, seja o pagamento das bolsas para equipe técnica ou aquisição de materiais de consumo para a execução do projeto, necessita da Fapeu”, explica Maiquel Tesser, coordenador geral do trabalho.

Pelo plano de trabalho firmado entre a UFFS e o MEC, a universidade assumiu a responsabilidade de receber, analisar, tratar e gerir o acervo acadêmico da instituição do Centro Oeste do Paraná, que tinha sede em Laranjeiras do Sul. “A atividade foi delegada à UFFS pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), da Secretaria de Educação Superior (Sesu), em decorrência do descredenciamento da Faceopar como instituição de ensino superior autorizada a ofertar cursos de graduação, por meio da Portaria nº 780, de 31 de outubro de 2018”, lembra Maiquel Tesser, administrador por formação e servidor da UFFS.

 

ANÁLISE

 

Além de delegar a custódia do acervo acadêmico da Faceopar, o MEC também repassou para a UFFS a responsabilidade sobre a expedição, a assinatura e o registro de diplomas e documentos acadêmicos dos estudantes da faculdade paranaense. Ou seja, a gestão do acervo não implica somente no zelo documental, mas também uma análise detalhada de todo o conteúdo - em especial sobre a trajetória acadêmica de todos os estudantes que estiveram vinculados à graduação na Faceopar. “Não estamos apenas gerindo um acervo, mas, sim, buscando, dentro do que a legislação nos permitir, regularizar todas as questões documentais possíveis”, ressalta o coordenador do trabalho. A missão, destaca Tesser, também é social.

“Buscamos resolver as pendências documentais dos estudantes afetados pelo descredenciamento desta instituição, afinal a ausência de documentos que comprovem o percurso acadêmico ou que conferem grau aos estudantes não permite a eles que busquem espaços de trabalho específicos, tomem posse em carreiras públicas, ocupem cargos profissionais mais qualificados, entre outros danos”, exemplifica Maiquel Tesser.

 

14 ANOS

 

A documentação foi transferida em janeiro de 2024 do campus de Laranjeiras do Sul da Faceopar para Chapecó. O trabalho é realizado nas dependências da Pró-Reitoria de Graduação da UFFS e deve ser realizado ao longo de 18 meses, até maio de 2025. O acervo, de aproximadamente 14 anos, é constituído prioritariamente de documentos físicos, de ordem acadêmica, administrativa e de gestão de pessoas. O material está acondicionado em mais de 100 caixas, divididas em duas pilhas, e será higienizado, analisado, classificado e digitalizado até ser adequadamente arquivado.

“Um acervo acadêmico de uma instituição descredenciada pelo MEC guarda a informação de todos os estudantes que a frequentaram no período em que estava ativa. Preservar o acervo possibilita que a informação seja obtida para garantir o direito do egresso em estar de posse, de modo célere, dos documentos que comprovem sua escolaridade, sejam diplomas, históricos, atestados de vínculo, ementas de disciplinas, planos de ensino, dentre outros documentos. Essa documentação precisa estar disponível, uma vez que é comprobatória da escolaridade do requerente”, observa o coordenador do trabalho.

Além do mais, lembra Maiquel Tesser, o acervo também guarda informações dos profissionais que atuavam na Faceopar e da própria instituição. “Não se trata apenas de documentos escolares, mas também de documentos probatórios da vida profissional dos funcionários (professores, secretários, assistentes etc.), da gestão financeira e patrimonial da faculdade descredenciada, entre outros, que podem ser necessários para elucidar questões que envolvem a instituição”, ressalta.

A equipe do projeto é formada por cinco servidores da Pró-Reitoria de Graduação da UFFS, dois técnicos em tecnologia da informação, dois arquivistas e três graduandos, todos da universidade. A Faceopar foi descredenciada, mas a história de quem passou por ela não pode ser ignorada. E a UFFS está trabalhando por isso.

PROJETO: ANÁLISE E DIAGNÓSTICO DO ACERVO ACADÊMICO DA FACULDADE CENTRO OESTE DO PARANÁ (FACEOPAR) PARA FINS DE TRATAMENTO E CUSTÓDIA / COORDENADOR: Maiquel Tesser / maiquel@uffs.edu.br / UFFS / Campus de Chapecó / Pró-Reitoria de Graduação / 12 participantes

 

* Esta reportagem faz parte da edição 15 da Revista da Fapeu que está disponível na íntegra em https://tinyurl.com/RevistaDaFapeu

 

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